terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cores de uma vida



Um dia, apenas deixei meus olhos rolarem por todos os cantos, tentando captar o máximo de detalhes possíveis. Já que minha mente se encontrava mais vazia do que de costume, logo procurei arranjar algo interessante para pensar. Porém durante os primeiros minutos meus olhos fascinados por certas belezas, me impediram. Ao conseguir voltar ao meu mundo, consegui fazer com que os pensamentos trouxessem palavras e imagens para preencher minha mente, que ainda se encontrava deserta como um oceano sem peixes.
Imaginei tudo ao meu redor com cores diferentes das quais se mostravam. Meus olhos provocaram uma ilusão à minha frente, que ao mesmo tempo era real. As árvores não eram mais verde e marrom. Estavam com uma cor rosada, fazendo-me lembrar de um enorme algodão doce. O asfalto se encontrava em um tom azulado e ao andar nele, parecia que havia água abaixo de seus pés. Dos prédios dançarinos como gelatinas, surgia lindas borboletas amareladas com pequenas manchas vermelhas. Fiquei abobalhada com a imagem que havia se formado diante de meus olhos. Parecia uma pintura, porém real e com minha presença.
Esfreguei meus olhos. Deixei-os contemplando por poucos segundos a escuridão. No entanto, logo os abri e soltei um suspiro. Não sei dizer se foi de decepção ou alívio. Tudo voltou a normalidade de uma tarde de outono. Senti uma brisa fresca, me envolvendo de uma forma contagiante. O fraco brilho do sol iluminava a cidade, mostrando sua intensa beleza, que não precisava ser mostrada como uma ilusão. O seu natural era de uma beleza incomparável com a pintura formada por meus olhos.

Um comentário:

  1. reluzente
    o olhar das cores
    que estão ao redor
    o tempo todo.
    É só querer sugá-las e vivê-las.

    Parabéns!
    mais um belo texto.

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