quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Café da manhã



Hoje presenciei um pequeno acidente no café da manhã.
Levantei ainda com sono e com uma extrema vontade de voltar para a minha cama. O engraçado é que mesmo estando cansada, antes do despertador tocar, eu já estava acordada. Com isso, acabei lembrando de muitos amigos meus, que sempre dormem durante as aulas, pois dormem tarde, porque querem, ou pelo simples fato, de que não conseguem dormir muito bem durante uma boa parte da noite. Parece que nosso cérebro fica ativo o tempo todo com sonhos, lembranças, pensamentos, preocupações. Mas... continuando sobre o café da manhã...
Quando estava caminhando pelo corredor, escutei alguns sons, que vinham da cozinha. Achei isso muito estranho e exatamente por isso avancei mais rapidamente para a cozinha. Talvez ainda eu não estivesse suficientemente acordada. Ao girar a maçaneta, abrindo a porta, me deparei com alguém... Meus olhos se arregalaram, principalmente ao ver uma enorme mancha e respingos, que invadiram até mesmo, uma das paredes.
Reparei no café derramado pela cozinha e percebi que aquele acidente tinha sido bem feio. Olhei para a certa pessoa, que se encontrava na cozinha. Ela me lançou um olhar de decepção, devido ao acidente. Perguntei a ela, se queria ajuda. Ela agradeceu, porém recusou, pois me disse para tomar meu café da manhã, se não eu iria me atrasar para a escola. Apenas assenti com a cabeça.
Enquanto comia, fiquei observando quando ela passou a limpar o chão, com um rodo, acompanhado de um pano. Eu quase nunca a via com um rodo. Na verdade, praticamente não vejo ninguém passando um rodo no chão. Nem mesmo na televisão. Com tanta tecnologia, a grande maioria das pessoas acaba escolhendo os meios mais práticos para limpeza e acabam se esquecendo dos meios antigos, que às vezes continuam sendo mais eficazes do que os atuais.
Quando vejo pessoas com um rodo, geralmente são empregadas domésticas, ou pessoas que trabalham com a limpeza.
Acabei pensando em uma pergunta, que me pareceu um tanto curiosa: Quantos jovens de hoje, já passaram pelo menos uma vez, um rodo no chão?
Penso que, talvez muitos ou poucos. Uma vez, talvez a grande maioria já deve ter usado um rodo. Porém usá-lo várias outras vezes, é mais provável que a maioria dos jovens não esteja incluída.
A única coisa que posso dizer, é que aquele rodo me fez pensar sobre a enorme aceitação do novo e o desprezo do que é antigo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Provocadora imaginação



Querido Amigo,

Não sei o que lhe dizer. Apenas gostaria de mostrar o que há por dentro de uma caixa escondida, num lugar tão profunfo, que nem mesmo a areia mais fina poderia tocar.
Entre as nuvens do céu, posso ver seu rosto. Sob a chuva, vejo seu reflexo. Com o vento sinto sua presença. Não sei o que há comigo. Talvez uma provocadora imaginação, que momentaneamente deturpa meus pensamentos, ou, talvez, só talvez, tudo o que vejo é tão real, que posso sentir da forma mais pura de um coração.
Tantos sorrisos. Tantos abraços. Brincadeiras de uma memorável infância. Às vezes me pergunto, o por quê sinto como se você estivesse tão longe, porém, ao mesmo tempo, tão perto. As contradições não me libertam, porém sem elas não vivo. O doce sentimento imaginativo não sou capaz de abandonar. Por trás das lembranças, talvez exista algo a mais, que não consigo enxergar, estando com os olhos vendados por meu engano. Algum sentimento disfarçado pode haver. Mas para mim, não é possível dizer. Apenas digo... Quero te ver ao entardecer.

Com carinho,
        de sua...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cores de uma vida



Um dia, apenas deixei meus olhos rolarem por todos os cantos, tentando captar o máximo de detalhes possíveis. Já que minha mente se encontrava mais vazia do que de costume, logo procurei arranjar algo interessante para pensar. Porém durante os primeiros minutos meus olhos fascinados por certas belezas, me impediram. Ao conseguir voltar ao meu mundo, consegui fazer com que os pensamentos trouxessem palavras e imagens para preencher minha mente, que ainda se encontrava deserta como um oceano sem peixes.
Imaginei tudo ao meu redor com cores diferentes das quais se mostravam. Meus olhos provocaram uma ilusão à minha frente, que ao mesmo tempo era real. As árvores não eram mais verde e marrom. Estavam com uma cor rosada, fazendo-me lembrar de um enorme algodão doce. O asfalto se encontrava em um tom azulado e ao andar nele, parecia que havia água abaixo de seus pés. Dos prédios dançarinos como gelatinas, surgia lindas borboletas amareladas com pequenas manchas vermelhas. Fiquei abobalhada com a imagem que havia se formado diante de meus olhos. Parecia uma pintura, porém real e com minha presença.
Esfreguei meus olhos. Deixei-os contemplando por poucos segundos a escuridão. No entanto, logo os abri e soltei um suspiro. Não sei dizer se foi de decepção ou alívio. Tudo voltou a normalidade de uma tarde de outono. Senti uma brisa fresca, me envolvendo de uma forma contagiante. O fraco brilho do sol iluminava a cidade, mostrando sua intensa beleza, que não precisava ser mostrada como uma ilusão. O seu natural era de uma beleza incomparável com a pintura formada por meus olhos.