sábado, 26 de novembro de 2011

Filme: Sem Limites

 
Título original: (Limitless)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Neil Burger
Atores:Bradley Cooper, Robert De Niro, Abbie Cornish, Johnny Whitworth.
Duração: 105 min
Gênero: Suspense

Descrição: Eddie Morra (Bradley Cooper) é um escritor que está passando por um  momento de bloqueio de criatividade. Em um dia acaba se encontrando com o seu ex-cunhado Vernon (Johnny Whitworth), que lhe apresenta um comprimido. Este permite que se utilize a capacidade total do cérebro. Logo que Eddie o ingere repara nos efeitos extraordinários, como, por exemplo, o fato de passar a escrever de modo muito rápido. No dia seguinte, percebe que para se manter com a genialidade que adquiriu ele precisa ingeri-lo todos os dias. Com o decorrer do tempo, inúmeras mudanças vão ocorrendo em sua vida e acabam o levando para o mundo dos negócios, onde ele passa a conhecer um  grande empresário Carl Van Loon (Robert De Niro), o qual recebe a sua ajuda para a realização de uma enorme transação. 

Minha opinião: Sem Limites é um filme de ótima qualidade, que prende a atenção do início ao fim. Apresenta uma história muito interessante, contada de uma forma bem estruturada e com alto grau de dinamismo. Além disso, permite que você entre em um universo diferente, carregado de possibilidades.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Compromisso


Percorri um longo caminho e ainda tinha que andar um pouco mais. Uma vontade imensa de desistir e apenas me jogar no chão e descansar, pairava ao meu redor, se mostrando como uma opção tentadora. No entanto, não havia mais volta. Eu tinha que continuar, e sem usar magia.
Meus olhos observaram as ruas mal iluminadas, procurando por uma determinada loja. Logo que a encontrei corri para o seu interior.
- Minha cara, já estamos fechando a loja. - disse um homem robusto.
- Por favor, me dê apenas alguns minutos. - pedi, estando ofegante.
- Tudo bem. Mas ande logo. - balançou a cabeça de modo impaciente.
Já sabia exatamente o que eu precisava. Peguei um certo pacote e me encaminhei para o caixa. Ao pisar na calçada decidi que o uso de magia era necessário no momento, meus pulmões não aguentariam mais uma interminável caminhada. Sabia que eu seria repreendida pelos meus pais, porém eu não tinha escolha. Aliás, eu poderia tomar certo cuidado e quem sabe ninguém descobriria nada. Porém, parecia que meus pais sentiam o cheiro de magia por mais que este estivesse sendo carregado para as mais altas montanhas.
Pronunciei algumas palavras e fiz um gesto com as mãos. Logo já estava em frente a minha casa. Finalmente eu não chegaria atrasada em um compromisso de extrema importância.  Não queria nem pensar o que aconteceria comigo se eu chegasse tarde demais. Abri a porta, caminhei até a sala e então me deparei com centenas de pessoas. Coloquei o meu capuz, e em seguida passei a procurar por alguém em específico.
- Oi, mãe. - disse timidamente.
- Por acaso você andou usando magia? - estreitou os olhos.
- Ah... não. - menti, mesmo sabendo que não adiantaria nada.
Jogou um olhar de incredulidade sobre mim. 
- Conversaremos sobre isso amanhã.
Respirei fundo e disse:
- Mãe... Isso é para você. - entreguei o pacote, que continha uma varinha mágica. - Feliz dia dos feiticeiros!
- Muito obrigada, minha querida! - mostrou um belo sorriso. - Agora vamos comemorar!
Apesar do cansaço, eu jamais recusaria uma festa. Ainda mais uma comemoração entre feiticeiros.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Histórias Envenenadas

LIVRO RESGATA ORIGEM MACABRA DOS CONTOS DE FADAS

Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror,
escrito por autores em início de carreira, será lançado em agosto

Conhecemos contos de fadas como histórias cheias de magia e fantasia que costumamos contar para crianças. O que muitos não sabem é que eles foram concebidos como entretenimento para adultos e que, em sua forma original, traziam fortes doses de adultério, incesto, canibalismo e mortes hediondas. Com o tempo, diversos autores os suavizaram e acrescentaram lições de moral.

Em Histórias Envenenadas, escritores contemporâneos resgataram todo o horror dos contos de fadas originais em releituras de histórias tradicionais ou novos enredos, que não farão nenhuma criança dormir, mas certamente farão você perder o sono.

Os escritores Chico Anes e Ricardo Ragazzo, organizadores do livro, analisaram mais de cem contos para chegar nos trinta textos que compõem o livro, que será lançado no próximo dia 06 de agosto, quando a Andross Editora completará sete anos.

A casa editorial é especializada na publicação de coletâneas de novos escritores. Surgiu em 2004, dentro dos corredores da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, como uma necessidade de publicar textos dos alunos do curso de Letras. A experiência deu tão certo que logo atravessou os muros da instituição e passou a publicar textos de outros escritores que não acadêmicos da universidade. De lá para cá, publicou sessenta livros, com mais de mil autores de todos os estados brasileiros e de vários países de todos os continentes. 

Além do Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror, outros quatro livros serão lançados no evento. São eles:

  · Moedas para o Barqueiro - Contos sobre a Morte - Volume II
· Próxima Estação - Contos de trem, metrô e outros transportes urbanos.
· Universo Paulistano - Contos de uma cidade que nunca dorme - Vol. III
· Elas Escrevem - Contos e Crônicas - Volume II

No evento, o público poderá adquirir outros títulos da editora ao preço promocional de aniversário de R$ 4,90.

Lançamento do livro Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror  e aniversário da Andross Editora (Entrada grátis)
Data: 06/08/2011, das 15h às 20h
Local: China Trade Center- Rua Pamplona, 518, São Paulo, SP (Próximo à estação Trianon Masp do metrô)

terça-feira, 8 de março de 2011

Ilusão


O sibilar se desdobrava à medida que minha boca se movia. Referia-se a uma doce melodia que eu havia aprendido quando os pensamentos infantis ainda preenchiam meus traços de garoto. No entanto, em meio a uma longa avenida nada além de pneus roçando no asfalto e ligeiras palavras derramadas se podia ouvir. Com o passar do tempo o som produzido por mim enquanto eu caminhava estava se tornando cada vez mais quase inaldível. Rapidamente minha memória percorreu por movimentos humanos que dançavam de uma forma, a qual meu sonho era aprender dominá-la.
De modo repentino um vulto obscuro passou em meio a multidão de pessoas. Ignorei o ocorrido e segui em direção à estação de metrô que se encontrava repleta de rostos desconhecidos que apresentavam sinais de exaustão. Enquanto meu corpo sentia o balançar provocado pelo rápido movimento do comprido meio de transporte, meus olhos passavam por todos que estavam por perto. Fiquei surpreso ao perceber que o local se encontrava quase vazio. Aos poucos me dei conta de que minha visão havia se tornado mais opaca. Logo passei a imergir na escuridão por alguns minutos. Ao abrir os olhos, havia apenas um traço de luz: uma chama azulada ao fundo do metrô. Caminhei em sua direção e ao sentir o calor tocar a minha pele, uma sensação de desconforto invadiu-me. A chama apagou e todas as luzes do local tornaram a acender.
A velocidade do meio de transporte aumentou bruscamente, jogando-me com força para trás. Após a demora para me levantar e encontrar algo em que eu pudesse me segurar, de alguma forma me recordei do meu pai, que  sempre trabalhava de modo excessivo e nunca tinha tempo para ficar ciente de um de meus grandes sonhos. Apenas minha mãe estava informada sobre isso. Meus pensamentos foram cortados de imediato. O movimento havia cessado e mais uma vez meu corpo deu de encontro com paredes gélidas, que me fizeram estremecer. Ao reparar que as portas haviam sido abertas, não pensei duas vezes. Logo me senti aliviado quando meus pés sentiram a firmeza de um chão. Dei alguns passos pela calçada ao lado do metrô, até que a luz deixou-me. Ouvi passos ligeiros se aproximando. Mesmo não enxergando nada, sai em disparada. Como resultado cai aos tropeços.
Eu não conseguia compreender o que estava acontecendo. O medo passou a me provocar certo incômodo. A chama azulada apareceu iluminando o lugar. Sem hesitar meus pés se moveram até essa fonte de luz. Ao tocá-la, como era de se esperar a palma de minha mão sentiu um quente ardor.
- O que está acontecendo? - gritei com grande irritação.
Inesperadamente, em meio ao azul imagens começaram a passar como um filme. Havia meu pai com olhos concentrados sobre o computador, logo depois estes se dirigiram a mim. Novamente tudo foi mergulhado em meio ao escuro. Porém, após alguns segundos, faíscas saíram dos trilhos do trem. Meus ouvidos captaram o som de dezenas de passos. Luzes de incontáveis cores surgiram, mostrando traços humanos dançando de forma realmente bela.
- Olá, meu filho! - meu pai surgiu com sua habitual roupa de trabalho, mostrando um enorme sorriso.
Finalmente as pessoas que ali se encontravam se revelaram de forma sincronizada. Fiquei realmente surpreso.
- Eu estava observando o pessoal repassar as coreografias para nossa apresentação de sexta-feira. - ele se explicou.
Não consegui pronunciar nenhuma palavra.
Eu não sabia que meu pai cuidava de ensaios para que aqueles dançarinos se apresentassem. Minha mente ficou completamente confusa. De algum modo nada daquilo fazia sentido, ao menos para mim.
- Não estou entendendo o que está acontecendo. - as palavras finalmente saíram.
O homem que ficava ao meu lado poucas vezes, caminhou até chegar bem próximo a mim e deu um leve tapinha no meu ombro com um sorriso de amor paterno, e disse:
- Espero que você não chegue tão tarde em casa.
Ao coçar fortemente os olhos e logo em seguida permitir que fossem abertos, levei um gigantesco choque. Tudo parecia normal. Havia inúmeras pessoas circulando pela estação. Algumas entraram no metrô e outras conversavam umas com as outras. O local se encontrava bem iluminado e sem nenhum traço de luzes coloridas ou daqueles dançarinos ou de meu pai.
Será que eu estou ficando louco? Será que tudo foi apenas uma ilusão? ... Uma ilusão?