quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Entre correntes



A cada passo que dou, ouço o doce vozear da brisa, que me liberta por alguns instantes. Minhas palpitações aceleram e meu olhar enxerga além das barreiras. Meus sentidos me mostram o quão bom é recordar de minha própria maneira de ser. O medo me encoraja. Sei que posso simplesmente agir de modo um tanto tolo, sem me importar. Posso me observar no espelho e fazer as caretas que me representam. Me permito cantar em alto e bom tom para alegrar minha alma.  Muitas vezes não há como os ouvidos alheios compreenderem minhas frases. No entanto, sei que elas fazem parte de mim e meus olhos conseguem decifrá-las.
Quando a brisa parte para abraçar outros locais, nos quais muitos apreciam sua chegada, retorno à prisão de meu interior. O espaço se torna menor e as correntes me agarram com tamanha força. Entretanto, a cada brilho que surge nas estrelas e ilumina a escura imensidão, a cada suspiro, diálogos, novos caminhos, palavras escritas e canções, o que me aprisiona vai sendo carregado para uma passagem esquecida. Não sei por mais quantos minutos estarei entre as correntes, que estão sendo quebradas pelos sopros do dia. Apenas abro um sorriso e meus pensamentos mergulham nas palavras de Charles Chaplin:
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Podem comentar à vontade. Mas, por favor, peço pra que não façam comentários ofensivos.